Arrecadação de quase US$ 330 mil garante ao Cup of Excellence 2025 o segundo melhor valor médio já pago no evento
- Café e Motivação

- 15 de dez.
- 3 min de leitura

O leilão dos 30 lotes de cafés especiais vencedores do Cup of Excellence (CoE) Brazil 2025 registrou arrecadação total de US$ 329.694,59, ou R$ 1,792 milhão. Esse resultado é o segundo melhor preço médio da história pago aos vencedores do principal concurso de qualidade para café especial do mundo. Foram US$ 20,51 por libra-peso, o que equivale a US$ 2.713 por saca de 60 kg, ou aproximadamente R$ 15 mil a saca, informou em comunicado a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). O indicador de preço Cepea/Esalq para o café arábica, tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou ontem (10) a R$ 2.258,89 a saca.
O maior lance dado no leilão do CoE Brazil 2025 foi para o lote de café especial, da variedade Arara, vencedor da Categoria via seca (colhido e seco com casca), produzido na Fazenda Aracaçu, em Três Pontas (MG), no sul de Minas. Um consórcio formado pelas empresas japonesas Snow Beans Coffee, Assist Coffee Roastery e Kurihara Coffee Roasters pagou US$ 65,10 lb-peso pela primeira fração desse lote, o que corresponde a US$ 8.611,43 por saca ou R$ 46.803,11. A segunda parte foi adquirida pela Angelino’s Coffee, dos EUA, por US$ 65 lb-peso, equivalentes a US$ 8.598,20 ou R$ 46.731,22 por saca. O lote chamou atenção pela disputa acirrada. O café da variedade Arara vai se consolidando como uma variedade de alto interesse para o mercado global.
Na Categoria Experimental, para cafés especiais que passaram por algum tipo de fermentação induzida, o lote campeão, da variedade geisha, produzido na Fazenda Rio Verde, em Conceição do Rio Verde (MG), na Mantiqueira de Minas, foi arrematado por US$ 61,40 lb-peso, valor equivalente a US$ 8.121,99, ou R$ 44.143,03, por saca, pelo Grupo Cafeza, do Brasil. Também divido em duas partes, a segunda foi adquirida pela empresa Decameron, da China, por US$ 61,30 lb-peso: US$ 8.108,76 ou R$ 44.071,13 por saca.
O campeão da Categoria Via Úmida – cafés especiais cerejas descascados, despolpados ou desmucilados -, variedade arara cultivada na Fazenda Água Limpa, em Campos Altos (MG), no Cerrado Mineiro, distribuído em dois lotes, teve sua primeira fração arrematada por US$ 55,10 lb-peso (US$ 7.288,63 ou R$ 39.613,69 por saca) pelas empresas Snow Coffee Beans, do Japão, e YN Coffee, da China. A segunda parte foi arrematada pela também japonesa HoneyCoffee (Izaki Coffee Co. Ltd), por US$ 40,60 lb-peso, o que equivale a US$ 5.370,57 ou R$ 29.189,04 por saca.
Ao fim do disputado leilão, os melhores cafés especiais da safra 2025 do Brasil foram arrematados por 23 empresas, originárias de Arábia Saudita, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Malásia, Noruega e do próprio Brasil.
“O resultado do leilão, com esse preço médio, demonstra a essência do Cup of Excellence, que é a valorização de todos os nossos cafés especiais, os quais foram disputados por compradores de praticamente todos os cantos do planeta. Isso evidencia a excelência que os produtores empregam na atividade, com sustentabilidade, inovação e tecnologia, trabalho que encanta e cativa os mais exigentes paladares em todo o mundo, tanto que tivemos a disputa com maior duração na história, com lances sendo dados durante quase nove horas”, destacou em nota o diretor executivo da BSCA, Vinicius Estrela, que realizou o remate em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).
Todo esse fluxo comercial não apenas fortalece a cadeia produtiva nacional, como também amplia a visibilidade das diferentes regiões produtoras, suas identidades e suas particularidades climáticas e sensoriais. Essa pluralidade espelha a origem rastreável dos cafés brasileiros e contribui para fortalecer sua reputação mundial.
Além disso, a expressiva valorização das variedades nacionais mostra que o mercado reconhece atributos sensoriais únicos, que derivam de altitudes específicas, processos de pós-colheita bem conduzidos e um olhar técnico que se aprimora ano após ano. A combinação entre terroir e inovação parece ter sido um dos grandes motores desta edição.








Comentários