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Volatilidade das Cotações de Café: Impactos no Mercado Internacional e Brasileiro em 2024

Foto do escritor: Café e MotivaçãoCafé e Motivação

Em 2024, o mercado de café viveu um período de intensa volatilidade, com as cotações apresentando oscilações significativas nos contratos futuros de arábica e robusta. Esse movimento está intimamente ligado à forte demanda global, especialmente em mercados como os Estados Unidos e Europa, além de refletir a conjuntura do mercado interno brasileiro, que, apesar da alta procura, enfrenta negociações limitadas. A pressão de fatores especulativos também se fez sentir, afetando os preços do grão em uma temporada marcada por incertezas e mudanças rápidas no cenário econômico mundial.


O Crescimento das Exportações Brasileiras de Café


Preço do café em 2025 pode ter raózes ainda em 2024 (Crédito: Freepik)
Preço do café em 2025 pode ter raózes ainda em 2024 (Crédito: Freepik)

O Brasil, maior exportador de café do mundo, obteve um marco histórico nas exportações de café em 2024, alcançando 50.443.037 sacas exportadas. Este desempenho é uma conquista impressionante quando comparado ao recorde anterior de 40.699.683 sacas em 2019. A trajetória de crescimento reflete tanto a evolução da produtividade por hectare quanto os investimentos contínuos em qualidade, resultando em uma base exportadora robusta e diversificada.


Nos últimos 25 anos, o país passou de exportações anuais de cerca de 23 milhões de sacas em 1999 para a marca de mais de 50 milhões de sacas em 2024. Esse crescimento ocorre, ao mesmo tempo, em que a área plantada diminui, mas as reservas ambientais aumentam, o que demonstra uma evolução positiva tanto em termos de sustentabilidade quanto de produtividade.


O Impacto da Volatilidade no Mercado Futuro


Na ICE Futures US e na ICE Europe, as cotações dos contratos futuros de café apresentaram uma forte volatilidade, com os preços variando significativamente em um curto período de tempo. Em 17 de janeiro de 2025, por exemplo, os contratos futuros de café arábica para março oscilaram 655 pontos, alcançando uma alta de US$ 3,3245 por libra peso, antes de se estabilizarem a US$ 3,2835, com um ganho de 120 pontos no fechamento do pregão.


O mercado de robusta também seguiu uma trajetória ascendente, ultrapassando a barreira dos US$ 5 mil por tonelada, com uma alta de US$ 117.

Essa volatilidade reflete um cenário impulsionado por especulações de curto prazo, que acabam afetando as negociações diárias do café, além de evidenciar a dinâmica de oferta e demanda no mercado internacional.


A Demanda Interna e a Oferta Limitada no Brasil


Embora o Brasil continue sendo o maior exportador de café, a demanda interna também tem mostrado um crescimento expressivo entre 2000 e 2024. Contudo, o mercado físico brasileiro tem enfrentado negociações limitadas, com a maioria das vendas realizadas com base nos preços propostos pelos compradores. Isso tem levado muitos produtores a recuar nas transações, mesmo diante de um interesse comprador elevado para todos os tipos de café, tanto para consumo interno quanto para exportação.


Os preços no mercado interno também mostram sinais de pressão. Para cafés arábica de boa qualidade, os valores já iniciam em R$ 2.350 por saca, dependendo da qualidade e da preparação do grão. Essas variações de preço estão intimamente ligadas à dinâmica das cotações internacionais, com os produtores ajustando suas estratégias conforme a demanda e as flutuações no mercado futuro.


Exportações Brasileiras: Desempenho e Desafios


Em dezembro de 2024, o Brasil exportou 3.807.914 sacas de café, representando uma queda de 8,1% em relação ao mesmo mês de 2023 e uma redução de 22% frente a novembro do mesmo ano. No entanto, a exportação de café solúvel apresentou um desempenho positivo, com aumento de 7,8% nas vendas. Esses dados indicam uma leve desaceleração nas exportações de café verde, especialmente nas variedades arábica e conilon.


O Cecafé, órgão responsável pelas exportações de café do Brasil, destacou que a diminuição nas exportações de café arábica e conilon é uma tendência que vem se consolidando nos últimos meses. A queda foi especialmente significativa nas exportações de conilon, que apresentaram uma redução de 30,2% em comparação com novembro.

Apesar dessas quedas, o segmento de café solúvel e torrado se manteve estável, com um pequeno crescimento nas exportações de café solúvel.


Estoques e Movimentações na ICE: O Impacto no Mercado


Na ICE, os estoques de cafés certificados registraram um aumento considerável, somando 982.377 sacas em 17 de janeiro de 2025, um crescimento significativo em relação ao ano anterior, quando os estoques eram de apenas 267.340 sacas. Esse aumento nos estoques pode ser um reflexo das flutuações nas cotações e das mudanças nas estratégias de compra e venda.


As cotações dos contratos futuros para março de 2025, na Bolsa de Nova Iorque, encerraram o pregão de 17 de janeiro cotados a R$ 2.634,28 por saca, com um aumento de 450 pontos desde o início da semana. Esses números ilustram como as oscilações diárias no mercado futuro são influenciadas por uma combinação de fatores, incluindo a oferta de cafés certificados e os estoques disponíveis.


Expectativas para o Mercado de Café em 2025


Com a perspectiva de crescimento contínuo nas exportações brasileiras e a manutenção de uma alta demanda tanto para o consumo interno quanto externo, o mercado de café em 2025 pode continuar a enfrentar um cenário de volatilidade. As flutuações nos contratos futuros de arábica e robusta e a pressão de especuladores são fatores que devem ser observados de perto. Além disso, o cenário internacional de incertezas econômicas pode influenciar diretamente o comportamento das cotações, afetando a rentabilidade dos produtores e as estratégias de comercialização.


Para os produtores brasileiros, o ano de 2025 traz desafios relacionados às oscilações nos preços, mas também oportunidades, especialmente com a crescente demanda por cafés de alta qualidade. A combinação de inovação tecnológica e o aprimoramento contínuo da produção serão cruciais para que o Brasil se mantenha competitivo no mercado internacional e consiga consolidar sua posição de liderança nas exportações de café.


Em um mercado global cada vez mais dinâmico e sujeito a mudanças rápidas, a capacidade de adaptação dos produtores será fundamental para enfrentar os desafios impostos pela volatilidade das cotações e as exigências do mercado internacional.

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