De acordo com informações do Boletim Carvalhaes, a Safra 2023 será bem menor que os números estimados por cafeicultores e mercado. Na última semana, no 5º Fórum Café e Clima Cooxupé (recomendamos que assistam), foram dados números e hipóteses para explicar a frustração dos cafeicultores com o tamanho da safra brasileira de café 2023, que está entrando em fase final de colheita. Técnicos da Cooxupé alertaram que, com os problemas climáticos - agora agravados com a chegada do El Nino - existem, ainda, muitos obstáculos à frente antes da chegada da próxima safra brasileira 2024.
Já está claro que nossa atual safra 2023 será maior que a de 2022, mas bem menor que os números estimados pelos cafeicultores e pelo mercado antes do início dos trabalhos de colheita. Carlos Augusto Melo, presidente da Cooxupé, reconheceu, sem citar números, que a produtividade das lavouras de café arábica teve uma queda inesperada. Disse que, nos últimos três anos, a Cooperativa sentiu uma queda brusca na produção.
Apesar do quadro preocupante descrito pelo 5º Fórum Cooxupé, dos problemas com a produção apresentados em praticamente todos os principais países produtores de café, e dos baixíssimos estoques mundiais, operadores de mercado, fundos e especuladores continuam apostando que a nova safra brasileira 2023 será suficiente para abastecer o mercado mundial de café. Hoje, derrubaram forte a ICE Futures US em Nova Iorque e a ICE Europe em Londres.
Em Nova Iorque, os contratos para setembro próximo, bateram em US$ 1,6190 na máxima do dia, recuaram e fecharam em queda de 355 pontos, a US$ 1,5790 por libra peso. Finalizaram a última sexta-feira (28) em baixa de 170 pontos, variando em altos e baixos ao longo da semana com queda de 395 pontos. Já na ICE Europe, em Londres, os contratos de café para setembro próximo fecharam a última semana valendo 2 588 dólares por tonelada. No balanço, perderam 14 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE futures US caíram hoje mais 3.771 sacas. Estão em 528.752 sacas. Há um ano eram de 700.050 sacas, quando já eram considerados muito baixos e preocupantes. Caíram neste período 171.298 sacas. Nessa semana a queda foi de 7.118 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas. No mês de abril, a queda totalizou 62.731 sacas. O ritmo de queda diminuiu, em razão dos estoques restantes serem de cafés da América Central, de algumas safras atrás, desmerecidos na qualidade, recertificados, e depositados na Europa.
Até sexta-feira (28), os embarques de julho estavam em 1.728.689 sacas de café arábica, 355.693 sacas de café conilon, mais 181.832 sacas de café solúvel, totalizando 2.266.214 sacas embarcadas, contra 2.224.305 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 28 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 2.391.725 sacas, contra 2.383.545 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Fonte: Café Point.
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