Mais de 400 cafeicultores enviaram suas amostras para concorrer ao prêmio Coffee of the Year Brasil 2018. Dos concorrentes à melhor bebida de café canéfora, apenas 30 foram selecionados, entre eles, sete rondonienses, com destaque para dois indígenas e uma mulher.
Ao participar da abertura do evento, o governador de Rondônia, Daniel Pereira (PSB), provou os cafés campeões, parabenizou os selecionados, destacou os potenciais robustas do grão amazônico e convidou visitantes do evento para conhecer estas e outras culturas do estado.
O Coffee of the Year é um dos mais conceituados eventos de premiação da melhor bebida de café nas categorias Coffea arabica e Coffea canephora (Conilon/Robusta).
Além dos visitantes, as amostras são oferecidas aos especialistas de vários países para degustação e avaliação da qualidade e sabor da bebida. A avaliação e premiação aconteceu durante a Semana Internacional do Café (SIC), entre os dias 7 e 9 de novembro, em Belo Horizonte/MG.
Trata-se de um encontro de grande importância para o segmento cafeeiro, onde cafeicultores, torrefadores, classificadores, exportadores, compradores, fornecedores, empresários, baristas, e proprietários de cafeterias se reúnem para fazer negócios e trocar experiências.
Este é o terceiro ano que Rondônia participa do evento levando os dez cafeicultores melhores classificados na categoria qualidade e um em produtividade no Concurso de Qualidade e Produtividade do Café de Rondônia (Concafé).
No primeiro ano, os cafeicultores participantes ganharam conhecimento, mas no segundo ano, mostraram que Rondônia tem sim, grande potencial para concorrer entre as melhores bebidas de café do país. Das quatro amostras enviadas para o Coffee of the Year, duas trouxeram para casa o prêmio de segundo e terceiro melhores cafés do Brasil.
Café da Floresta
Para a edição de 2018, o estado de Rondônia enviou dez amostras, e sete delas foram selecionadas para concorrer ao prêmio deste ano. Entre eles, ganhou destaque o café produzido por famílias indígenas, representados por Valdir Ferreira Aruá, da Aldeia São Luiz, e Wagner Kuwawi Tupari, da Aldeia bananeira, ambos pertencentes a Terras do Rio Branco, no município e Alta Floresta do Oeste.
A agricultura nas terras indígenas é diversificada e com pouca aplicação de tecnologia. Plantam culturas de subsistência como mandioca, milho e algumas frutíferas, além da castanha-do-brasil, sua principal fonte de renda.
A cafeicultura foi introduzida nas aldeias há 15 anos, em pequenas áreas plantadas e cultivadas em clareiras no meio da floresta.
Valdir Aruá foi o segundo colocado no Concafé 2018, realizado no final de setembro deste ano. Seu café possui acidez cítrica encontrada nos frutos do bacuri, aroma de ervas e especiarias, amadeirado com toques de andiroba, sabor de castanhas, cacau e bacaba, é uma verdadeira mistura amazônica dos povos da floresta.
Já Wagner Tupari é um jovem de 18 anos, cuja nota de avaliação o classificou entre os 18 melhores cafés especiais da competição.
Outro destaque é a cafeicultora Suzi Aparecida da Silva, da Chácara dois Irmãos, de Novo Horizonte do Oeste. Ela toca sozinha a sua propriedade de quatro hectares e ficou na 6ª colocação no Concafé 2018. Suzi é a primeira mulher cafeicultora a conseguir uma pontuação elevada na categoria de cafés especiais, durante o Concafé 2018.
Com isso, Rondônia vai surpreendendo o mercado consumidor e ganhando destaque entre os maiores produtores de café do mundo.
Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).
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