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Prepare seu café com física e tecnologia

Existem diversas formas de preparar um bom café, sendo que cada uma influencia de maneira diferente no resultado final da bebida em sua xícara. Já se tornou tradição nas edições da revista Café e Motivação a apresentação de diferentes métodos de extração desse grão que tanto amamos. Desta vez, traremos modos peculiares de preparar o seu café com as cafeteiras Gina e Syphon, também conhecida como Globinho.


GLOBINHO
Foto: Fabily Rodrigues

A fascinante cafeteira Syphon, também conhecida no Brasil como Sifão ou Globinho (devido à característica ressaltada pelo formato dos seus instrumentos), é um método a vácuo e a vapor, que tem a física e também a química como base do seu funcionamento. O seu modo de preparo é o verdadeiro responsável por encher os olhos dos amantes de café enquanto a água se mistura com o pó e dá origem à bebida. Por isso, quando é solicitado o preparo de um bom café no método Sifão nas cafeterias, os baristas levam o equipamento para a mesa dos clientes para que eles apreciem o espetáculo.


Para aqueles que não conhecem, o método é composto por dois globos de vidro, um superior e outro inferior. O superior, onde é colocado o pó do café, apresenta um funil e um filtro. Já o globo inferior é utilizado para colocar água e esquentar o instrumento. O equipamento funciona pelo princípio da transferência de calor a vácuo.


Sendo assim, quando a água esquenta, ela expande-se para a parte de cima e, no momento em que a parte de baixo perde calor, a água retorna para ele com a bebida pronta. O filtro contido na cafeteira é de metal e preserva mais os óleos essenciais do café, preparando, normalmente, uma bebida suave e com mais sabor. Além disso, a moagem ideal do grão é mais grossa para evitar que a bebida final contenha vestígios do pó.

Para Rodrigo Bachmann, influencer digital de cafés especiais, o método da cafeteira Globinho é um dos mais incríveis que já foi inventado, além de ser bonito e divertido. No seu ponto de vista, apesar dos diferentes avanços no design do modelo, não existe nenhum que seja mais charmoso do que o original, pois “mantém melhor o sabor e as notas sensoriais do grão, por ser feito em recipiente de vidro e não ter contato com outras matérias-primas industriais, como plástico, papel e tecido”.


Uma dica importante é escaldar sempre o equipamento antes de utilizá-lo. “Muitas pessoas já gostam de colocar a água preaquecida para o processo ser mais rápido, mas lembramos que isso perde o charme de assistir a esse método, que é uma aula de física e um show à parte”, defende Rodrigo.


GINA
Foto: Divulgação Goat Coffee

Unindo a tecnologia e o café, a Gina se torna única e versátil no preparo dessa bebida que tanto amamos. O método é desenvolvido com um software que permite um preparo fácil da bebida e não deixa de lado as técnicas clássicas. Apresentando um formato cônico e um design futurista, a Gina possui uma válvula em sua base que permite o preparo com esse dispositivo aberto, por meio da percolação; ou fechado, para infusão e por gotejamento frio, sendo a abertura regulada por quem prepara.


O método, 100% hi-tech, pode funcionar com ou sem eletrônicos. Mas o seu grande diferencial é a possibilidade de conectar o celular à cafeteira, por meio de um aplicativo, e conseguir controlar toda a extração do café na palma da sua mão. A Gina também contém uma escala de precisão conectada que comunica diretamente com o aplicativo instalado no telefone. Além disso, também é possível registrar a receita utilizada, o tempo de preparo, as quantidades utilizadas, compartilhar os resultados com a comunidade Gina e conhecer novas receitas para testar.


Gabriel Agrelli, sócio-proprietário e barista da Abigail Coffee Company (Campinas-SP), é um dos apreciadores do método. O primeiro contato que o barista teve com a Gina foi na Competição Mundial de Cafés Coados, em 2018. A partir disso, ele e seus colegas buscaram uma maneira de levá-la para a cafeteria. O método é util

izado desde o início da Abigail. Para ele, o atributo mais interessante é a válvula de extração, que pode ser controlada, permitindo uma pré-infusão mais precisa e completa, além da possibilidade de testar receitas com diferentes infusões e estratégias de gravidade.


“Gosto bastante, quando estou na fase de infusão, de mexer o pó com uma varetinha para ajudar ainda mais na extração”, afirma. De acordo com Gabriel, o café resultante desse método está entre o resultado proporcionado pela Clever e pela V60, extraindo uma bebida com mais corpo e intensidade, mas sem perder o equilíbrio da doçura. No entanto, se a válvula permanecer aberta ou fechada o tempo inteiro, os resultados são diferentes.

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