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Preço do Café: Como o Aumento de 40% até Janeiro de 2025 Afeta o Mercado Brasileiro e Global

Atualizado: 23 de dez. de 2024

Nos últimos meses, o mercado de café tem se deparado com uma escalada de preços, que deve atingir uma alta de até 40% entre o final de 2024 e janeiro de 2025. Este aumento significativo está gerando preocupações tanto para os consumidores quanto para as empresas do setor, como as gigantes 3Corações e JDE (Jacobs Douwe Egberts), responsáveis por marcas como Pilão, L’Or e Maratá. A alta está relacionada a uma combinação de fatores climáticos adversos e a uma demanda crescente pelo café arábica, que tem impulsionado o mercado global.


Neste artigo, vamos explorar as razões por trás dessa elevação nos preços do café, o impacto nas exportações brasileiras, e o que os consumidores e produtores podem esperar para os próximos meses.



Preço do café pode aumentar até 40% em janeiro (Crédito: Freepik)

O Que Está por Trás dessa Alta?


O aumento projetado para o preço do café no Brasil é substancial. Entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, o valor do grão pode subir até 40%, afetando desde os cafés em grãos até os solúveis e cápsulas. O impacto será sentido pelos consumidores e pelas empresas, com as marcas ajustando seus preços devido à alta no mercado global de café e ao aumento no custo das matérias-primas.


A alta das cotações internacionais, principalmente devido à escassez de oferta e ao aumento da demanda por café arábica, tem sido uma das principais razões para o aumento nos preços. Além disso, fenômenos climáticos como secas severas e altas temperaturas, especialmente em regiões produtoras como o Brasil, também têm gerado dificuldades para os produtores, que enfrentam uma colheita menos abundante.


A Situação Climática e Seus Efeitos


O Brasil, como maior produtor mundial de café, tem experimentado condições climáticas desafiadoras. Secas prolongadas e temperaturas elevadas afetaram a produção do grão em diversas regiões, especialmente no estado de Minas Gerais, conhecido pela qualidade de seu café arábica. Esse impacto climático tem gerado uma produção reduzida, o que, por sua vez, encarece o produto no mercado interno e externo.


Além disso, o mercado global tem sido influenciado por uma mudança no consumo de café. O café arábica, mais valorizado por suas características sensoriais, tem visto uma alta na demanda, enquanto a produção de café conilon tem diminuído em outros países produtores, como na Ásia. Essa mudança tem forçado os preços a subir, uma vez que o arábica é mais raro e mais difícil de cultivar, exigindo mais cuidados e melhores condições climáticas.


Impacto dos Preços no Mercado Brasileiro


No Brasil, a alta do preço do café está sendo amplificada por uma combinação de fatores: a escassez de oferta, o aumento nos custos de produção e a valorização do dólar. A variação cambial também tem afetado o preço do café no mercado interno, já que o Brasil é um grande exportador do grão e boa parte de sua produção é negociada em dólares.


De acordo com levantamento feito pelo portal G1, o preço do café aumentou significativamente em algumas regiões do Brasil. Em Varginha, Minas Gerais, o preço do café subiu 47,78% em comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento do preço do café está atrelado a vários fatores, incluindo o impacto das mudanças climáticas, o aumento da demanda por café de qualidade superior, e a crise global de insumos.


Economistas alertam que a indústria precisará repassar esses aumentos para o consumidor, o que significa que o preço final do café será mais alto nos próximos meses. Pedro Portugal, economista da Unis, afirmou que o aumento dos insumos e o recorde de cotação internacional do café impactarão diretamente os consumidores, que sentirão a alta no bolso.


Exportações Brasileiras de Café em 2024


Por outro lado, o mercado externo do café brasileiro tem mostrado números positivos. As exportações de café atingiram um recorde em 2024, com o Brasil exportando 46,399 milhões de sacas, um crescimento de 3,78% em relação ao ano anterior. O Brasil continua sendo o maior exportador mundial de café, e esse aumento nas exportações demonstra que o mercado global ainda tem uma grande demanda pelo produto brasileiro.


O setor também teve um desempenho positivo no mês de novembro, com a Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel) exportando mais de 346 mil sacas para 53 países. Jacques Fagundes Miari, presidente da cooperativa, informou que, até o final do ano, a cooperativa já havia vendido 1,9 milhão de sacas de café, o equivalente à produção total de 2023.


Apesar desse desempenho nas exportações, a situação para os produtores brasileiros nem sempre é positiva. Muitos cafeicultores enfrentam dificuldades devido à alta nos custos de produção e à instabilidade climática. Jacques Miari também mencionou que a próxima safra poderá ser gravemente impactada pela seca e pelas altas temperaturas, o que poderá levar a uma redução de até 30% na produção.


O Desafio e o Futuro da Produção de Café


O aumento no preço do café e os desafios climáticos ressaltam a necessidade de investir em práticas sustentáveis na produção do grão. Com as flutuações do mercado e as mudanças climáticas, a produção de café precisa se adaptar para garantir a qualidade e a quantidade necessárias para atender à crescente demanda global. O uso de tecnologias mais eficientes, técnicas agrícolas sustentáveis e inovações no cultivo podem ajudar a reduzir os impactos negativos e melhorar a resiliência da produção.


Além disso, as marcas e cooperativas precisam se preocupar com a transparência e o apoio aos cafeicultores, garantindo que os aumentos de preços não prejudiquem os produtores que já enfrentam dificuldades. O mercado de café também precisa ser mais justo, promovendo melhores condições de trabalho e compensação para os trabalhadores envolvidos em toda a cadeia produtiva.


O Que Esperar do Preço do Café nos Próximos Meses?


Com a alta prevista, os consumidores precisarão se preparar para um aumento nos preços dos cafés torrado e moído, cafés em grãos, cápsulas e outros derivados. No entanto, a situação é ainda incerta, já que os preços podem continuar subindo devido a uma série de fatores, incluindo os efeitos das mudanças climáticas e a instabilidade econômica global.


Para o Brasil, o mercado de café continuará a ser um fator crucial na economia. Com a crescente demanda internacional e a escassez de oferta, o país pode se beneficiar das exportações, mas os consumidores nacionais devem se preparar para um cenário de preços mais elevados. O futuro da produção de café dependerá da adaptação das fazendas e das empresas para os novos desafios impostos por esse cenário.


A previsão de um aumento de 40% no preço do café até janeiro de 2025 reflete a complexidade do mercado de café global. A combinação de fatores climáticos, aumento na demanda por café arábica e a valorização do dólar está impactando tanto os consumidores quanto os produtores. O Brasil, com sua forte presença no mercado global de café, precisa lidar com os desafios internos da produção e ao mesmo tempo se beneficiar das exportações em alta.


O aumento nos preços também coloca em evidência a necessidade de práticas mais sustentáveis na produção e na comercialização do café. A busca por soluções inovadoras e mais eficientes será essencial para garantir que o setor continue competitivo e capaz de atender à demanda crescente.

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