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Museus do Café: histórias e tradições


Preservar a história e a memória social é uma das principais funções dos museus. E é a partir

desse olhar nostálgico que a busca pela conservação garante que o objeto ali preservado, ou a cultura, se manterá à inevitabilidade do tempo. No Brasil, existem museus que reúnem toda a história da cafeicultura brasileira e a sua importância para o país, dedicando-se a guardar e a reconhecer tudo o que faz referência à origem do café, bebida tão popular que movimentou social e economicamente a cultura do Brasil.


Três deles estão localizados em São Paulo: Museu do Café Francisco Schmidt; Museu do Café na Fazenda Lageado; e Bolsa Oficial de Café. Estão localizados, respectivamente, nas cidades de Ribeirão Preto, Botucatu e Santos. E, em Minas Gerais, um quarto museu, localizado na cidade de Três Pontas, conhecido como o Museu Vivo do Café.


Encontramos ainda outros que abrigam fotos, utensílios agrícolas e documentos sobre a história da produção de café, mas que não são exclusivos sobre o tema, como o Museu do Café Barão da Serra Negra (Jundiaí-SP) e o Museu do Café (Muca), de Campinas. Vamos conhecer melhor cada um deles neste espaço de café e turismo?


BOLSA OFICIAL DE CAFÉ (SANTOS-SP)

O edifício da antiga Bolsa Oficial de Café é, hoje, o Museu do Café da cidade de Santos. A Bolsa começou a funcionar em 1917 e tinha o objetivo de centralizar e regular as operações e as informações comerciais de café. Em 1957, já havia cessado parte das suas atividades. Somente em abril de 1986, o Governador do Estado de São Paulo a extinguiu e apenas em 1996 começou a ser estudada uma possível restauração do prédio para então, em 1997, iniciar-se a mudança para um Museu do Café, o que ocorreu em 1998. Atualmente, é um dos pontos turísticos mais importantes da cidade.


O Museu reúne a memória por meio de objetos, documentos e recursos visuais da evolução da cafeicultura e do desenvolvimento político, econômico e cultural do país, desde meados do século XVIII até os dias de hoje.


Além de ser uma bebida muito presente na vida dos brasileiros, Adriana Almeida, diretora executiva do Museu do Café, conta como o café também reflete muitos segmentos socioculturais: “A cafeicultura representa, ainda, outro ponto forte no país, já que são milhares de pessoas empregadas em várias linhas de produção envolvendo o grão – do plantio

até a xícara. Dada essa diversidade imensa do papel que tem, oferecer um museu que reúna experiências, pessoas, acervos e momentos que marcam a trajetória do café se tornou a missão da instituição.”


ENDEREÇO: R. XV de Novembro, 95 - Centro Histórico

FUNCIONAMENTO: terça a sábado, das 9h às 17h | domingo, das 10h às 17h.

TELEFONE: (13) 3213-1750

INGRESSOS: R$ 10,00 | R$ 5,00 (meia-entrada)

Gratuidade aos sábados para todos os públicos.

SITE: www.museudocafe.com.br


MUSEU DO CAFÉ FRANCISCO SCHMIDT
(RIBEIRÃO PRETO-SP)

O Museu do Café Francisco Schmidt foi inaugurado na década de 1950 e se encontra na sede da Fazenda Monte Alegre, a qual foi cenário da maior companhia agrícola no cultivo do café no Brasil. O nome é alusivo a um imigrante alemão que ficou muito conhecido como um dos reis do café, e que por muitos anos foi o proprietário da fazenda.Além de enfatizar a história da imigração dos fazeres e saberes da sociedade cafeeira, as obras contidas no local narram o cotidiano do oeste paulista, do estado e do país no ciclo do “ouro verde”.


De acordo com o Presidente da Associação de Amigos dos Museus Históricos e do Café de Ribeirão Preto, Renato Cesar da Silva, o local representa as pessoas e seus cotidianos. Sendo assim, é uma instituição voltada a intermediação entre a sociedade presente e sua própria história. “O museu retrata tanto o ciclo do café como a investida do progresso para o oeste paulista com a chegada da ferrovia, da energia elétrica, dos eventos culturais nacionais e internacionais e o surgimento de novas cidades e vilas”, relata.


Localizado ao lado do Museu Histórico, sua construção foi uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, sendo viabilizado pela ajuda financeira do Instituto Brasileiro do Café (IBC) e do Comendador Geremia Lunardelli (3º Rei do Café).


ENDEREÇO: Campus da USP - Avenida Professor Zeferino Vaz, s/n

FUNCIONAMENTO: Visitas Temporariamente suspensas.

TELEFONE: (16) 3633-1986

INGRESSOS: Entrada gratuita

SITE: www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/complexo-museus/museu-do-cafe-historico


MUSEU DO CAFÉ DA FAZENDA LAGEADO (BOTUCATU-SP)

O Museu do Café da Fazenda Lageado, localizado em Botucatu, foi criado para retratar a história de uma das maiores cidades produtoras de café do país e também para representar a história do café no Brasil. A Fazenda surgiu na época de expansão da cafeicultura paulista e abrigou, até a década de 1970, a primeira Estação Experimental de Café do País. O local foi palco de pesquisas e experimentos técnico-científicos relacionados ao café, e buscava também diversificar a produção em diferentes áreas da região.


Atualmente, a Fazenda é sede da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp (Universidade Estadual Paulista), sendo um espaço de pesquisa e extensão. Além disso, reúne exposições artísticas em seu Espaço Cultural e engloba artefatos arqueológicos que

estavam na área da fazenda e hoje fazem parte do acervo do museu. Muito do que há em seu acervo são livros, equipamentos, peças, mobiliários e fotografias da cafeicultura da região. No momento, o espaço segue fechado devido à pandemia de Covid-19 e também para reformas estruturais.


ENDEREÇO: Fazenda Lageado (Campus da UNESP) - Rua Dr. José Barbosa de Barros, 1780 – Jardim Paraíso

FUNCIONAMENTO: Visitas temporariamente suspensas.

TELEFONE: (14) 3880-7240

INGRESSOS: temporariamente indisponíveis.

SITE: www.fca.unesp.br


MUSEU DO CAFÉ (TRÊS PONTAS-MG)

Localizado na Fazenda Pedra Negra, no município mineiro de Três Pontas, o Museu do Café é o primeiro ligado ao ramo cafeeiro do estado. O espaço foi criado em 2002 e é considerado um “museu vivo do café”, pois a fazenda continua em atividade. A iniciativa para sua criação foi de Isaura Maria de Resende, herdeira da fazenda de café construída pelo avô, no início do século XX, em parceria com o Centro de Comércio de Café de Varginha.


O espaço para as instalações do acervo servia como um armazém para o desenvolvimento das atividades cafeeiras e foi cedido pela própria herdeira, que tem o local como um estímulo de vida: “Herdei esta fazenda dos meus avós e levei com seriedade a missão de preservá-la, não só pelas minhas raízes, mas também como forma de homenagem aos meus antepassados. A fazenda sempre representou muito pra mim, porque eu nasci e fui criada nela, assim como meus filhos, que também nasceram e passaram a infância aqui. Então, ela tem dado sentido para minha vida até hoje, e por isso tomei a iniciativa de criar o museu.”


Além de contar com um acervo histórico de objetos, textos e fotos, o local possibilita aos visitantes a experiência de ver construções do início do século passado e de conhecer a rotina de um cafezal. Outro ponto muito interessante para quem visita o museu é a cafeteria existente no local, que serve cafés de origem junto de pratos da culinária mineira, e onde também pode ser vista a história da principal atividade econômica do Sul de Minas.


ENDEREÇO: Hotel Fazenda Pedra Negra - Rua Barão da Boa Esperança, 136 - Centro

FUNCIONAMENTO: Sábados e domingos, das 10h às 16h.

TELEFONE: (35) 99971-6295

INGRESSOS: R$ 20,00 | R$ 50,00 (visita guiada)

SITE: www.fazendapedranegra.com.br



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