O ano começou com desvalorização para o mercado futuro do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Segundo Haroldo Bonfá, analista da Pharos Consultoria, vários fatores influenciam a queda do arábica no primeiro pregão do ano. "Janeiro é marcado pelo balanceamento das carteiras (das posições nos fundos) e se estima que haverá a necessidade da venda de 20 mil contratos no café arábica, o que deve pressionar o mercado, como de fato já está ocorrendo", explica.
No Brasil, analistas mantêm a projeção de preços firmes para o café arábica. "Continua sendo maior a preocupação com a queda na produção mundial de café e com os entraves logísticos mundiais, que tornam o quadro ainda mais complicado. A irregularidade do clima assusta os cafeicultores, que continuam arredios em vender o que resta de lotes da atual safra 2021/2022", destacou a última análise do Escritório Carvalhaes.
Com relação à previsão de chuva no parque cafeeiro, os modelos mais recentes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam que todas as áreas de produção em Minas Gerais e em São Paulo têm previsão de bons volumes nos próximos dias. O setor cafeeiro no Brasil mantém as atenções voltadas para o clima, sobretudo agora na fase de enchimento de grãos. Chuva abaixo da média neste momento poderia trazer ainda mais problemas na safra 22.
Os preços do café também estão na defensiva devido à preocupação de que o recente aumento de infecções na Covid levará a bloqueios globais e restrições de viagens que fecham cafeterias e reduzem a demanda por café. A Holanda impôs um bloqueio nacional até 14 de janeiro, Israel e Japão já fecharam suas fronteiras para visitantes estrangeiros e outros países impuseram restrições de viagem.
No Brasil, o mercado interno acompanhou e encerrou com desvalorização nas principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 1,05% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.415,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 1,40%, cotado a R$ 1.410,00, Franca/SP teve queda de 1,83%, valendo R$ 1.430,00.
O tipo cereja descascado teve queda de 0,66% em Guaxupé/MG, valendo R$ 1.505,00, Poços de Caldas/MG teve baixa de 1,32%, cotado a R$ 1.500,00 e Varginha/MG manteve estabilidade por R$ 1.510,00.
Em Londres, a retomada dos negócios para o conilon é com desvalorização para os principais contratos. Março/22 tinha queda de US$ 18 por tonelada, valendo US$ 2352, maio/22 tinha baixa de US$ 17 por tonelada, negociado por US$ 2293, julho/22 tinha baixa de uS$ 11 por tonelada, valendo US$ 2280 e setembro/22 tinha queda de US$ 12 por tonelada, negociado por US$ 2270.
Fonte: Revista Cafeicultura
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