A cafeína é um composto natural encontrado em bebidas como cafés, refrigerantes e chás. Quando consumida em pequenas doses, tende a provocar uma sensação de bem-estar, mas em grandes quantidades pode gerar desconforto, insônia e dores de cabeça.
O café descafeinado, como sugere o nome, é aquele com quantidade reduzida de cafeína. Mas engana-se quem pensa que não há vestígio da substância em sua composição: tem 3% − o que é pouquíssimo se comparado à quantidade contida em um café convencional.
Para retirar os 97% de cafeína, a indústria do café desenvolveu quatro métodos de descafeinação, de acordo com a substância utilizada para a extração: água ou hídrico; acetato de etila; CO2 supercrítico ou líquido; e cloreto de metileno. No método hídrico, o café é imerso na água e a cafeína se dissolve. São usados componentes hidrossolúveis para haver a certeza de que o aroma do fruto permanecerá. Quando a cafeína se dissolve, ela é retirada da água com carbono ativado.
No método do acetato de etila, são usados uma mistura de água e o próprio acetato de etila, substância presente em vários alimentos e que ajuda na potencialização dos aromas de diversas frutas. Para extrair a cafeína, o acetato circula ao redor dos grãos imersos na água. Em seguida, a mistura é escorrida, restando os grãos verdes descafeinados. O processo é repetido até o teor de resíduos da cafeína alcançar ou estar abaixo de 0,1% (nível máximo permitido por lei).
Métodos do dióxido de carbono supercrítico e líquido: o CO2 , muito presente em nossos dias por fazer parte da troca de gases que ocorre na respiração, é um dos componentes que ajudam a extrair a cafeína do grão verde. Ele pode ser usado em seu estado muito crítico (entre o líquido e o gasoso), no qual é mais rápido, mas exige uma pressão muito alta – até 250 atmosferas; ou no estado líquido, em que deve ser trabalhado em pressões e temperaturas mais baixas, porém com mais tempo para a extração.
Por último, o método do cloreto de metileno ou diclorometano (DCM). Esse só retira a cafeína quando circula ao redor do grão ainda verde (antes de ser torrado e moído), e o ponto de fervura é baixo. Assim como o acetato de etila, a mistura de cloreto de metileno e cafeína é escorrida, e essa etapa é repetida várias vezes até a taxa de cafeína do grão atingir 0,1%.
PROCESSO
O processo de retirada da cafeína pode fazer algumas propriedades do grão do café se perderem, e assim, o descafeinado fica com composição diferente da bebida convencional. Dependendo do método utilizado, ele pode ficar com o sabor um pouco mais suave em relação ao convencional. O valor nutricional da semente é o mesmo em ambos.
O café descafeinado torna-se opção para as pessoas que gostam, mas que realmente não podem consumir cafeína por questões de saúde ou que evitam consumi-la por terem o metabolismo acelerado e ficarem muito agitadas. Mas nada se compara ao potencial da cafeína nossa de cada dia.
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