Em 2019, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído, o Brasil exportou em 40,6 milhões de sacas, aponta o relatório consolidado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).O dado representa um recorde histórico das exportações do produto, assim como aumento de 13,9% em relação ao volume total exportado em 2018. A receita cambial com as exportações no ano passado alcançou US$ 5,1 bilhões, enquanto que o preço médio da saca foi de US$ 125,49. Segundo o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, os resultados ao longo do ano foram muito positivos e refletem a excelência e a eficiência do agronegócio do café do Brasil em atender à demanda global pelo produto.
O Brasil mantém a sua posição de liderança mundial e é protagonista na oferta de cafés sustentáveis para o mundo, oferecendo um produto com total segurança e qualidade, graças à sua alta competência e ao foco na sustentabilidade. “Temos um quadro importantíssimo de países importadores. Em 2019 foram 128 países parceiros que consumiram o nosso café. É importante salientarmos também que estamos preparados para atender à demanda global crescente com grande possibilidade de incremento nos próximos anos”, ressalta.
Com relação às variedades embarcadas, no total de 2019, o país exportou 36,6 milhões de sacas de café verde, sendo 32,6 milhões de arábica e 3,9 milhões de robusta, o que representa um aumento de 14,8% em relação ao ano anterior. A exportação do robusta apresentou crescimento de 59,5% se comparado a 2018, enquanto o arábica mostrou elevação de 11% no período. Já os cafés industrializados tiveram alta de 7%, com a exportação de 4 milhões de sacas, sendo 3,98 milhões de café solúvel, que teve aumento de 6,9%, e 24,4 mil de torrado & moído, que teve aumento de 27,2%. As exportações de café verde (robusta e arábica) e de café solúvel apontaram resultados recordes no desempenho das exportações em 2019.
Números de dezembro
No último mês de 2019 foram exportadas 2,99 milhões de sacas de café, com receita cambial de US$ 384,2 milhões e preço médio de US$ 128,10.
As exportações de cafés verdes somaram 2,7 milhões de sacas (2,3 milhões de arábica e 340,7 mil de robusta), enquanto que os industrializados corresponderam a 309,1 mil sacas embarcadas (308,2 mil de solúvel e 950 de torrado & moído). Entre as variedades, destaque para o robusta, que dobrou a exportação no mês, com elevação de 102,6%.
Ano-Safra 2019/2020
Nos seis primeiros meses do Ano-Safra 2019/20 (julho a dezembro), o Brasil exportou 20,2 milhões de sacas de café, com destaque para o crescimento de 17,3% nas exportações de café robusta, na mesma base comparativa de 2018. A receita cambial do período até agora foi de US$ 2,5 bilhões e o preço médio de US$ 125,34.
Principais destinos
No compilado do ano civil de 2019, os Estados Unidos permaneceram como o país que mais consumiu café exportado do Brasil, com 7,9 milhões de sacas (19,4% das exportações totais no ano passado). O segundo maior destino foi a Alemanha, com 6,8 milhões (16,7%) e, em terceiro, aparece a Itália, com 3,6 milhões (8,8%). Na sequência estão: Japão, com 2,6 milhões de sacas (6,4%); Bélgica, 2,5 milhões (6,2%); Turquia, 1,2 milhão (2,9%); Federação Russa, 1,1 milhão (2,6%); México, 951 mil (2,3%); Reino Unido, 941 mil (2,3%); e Canadá, 900,2 mil (2,2%).
Exceto o Reino Unido, que apresentou queda de 25,5% nas exportações quando comparado ao ano de 2018, todos os principais destinos registraram elevação no consumo de café brasileiro, com destaque para o México, que teve crescimento de 200,8% na compra; seguido por EUA (24,7%); Alemanha (19,4%); Federação Russa (18,6%) e Turquia (18,2%).
Exportações por continente
No ano passado, os embarques do café brasileiro por continente apresentaram evolução em quase todas as regiões. As exportações para a Europa registraram, em comparação a 2018, um aumento de 10,7% (equivalente a 20,9 milhões de sacas). Na América do Norte, o aumento foi de 29,8% (9,7 milhões); na Ásia, de 6,9% (7,1 milhões); na América do Sul, 4,4% (1,6 milhão); na África, 51,6% (640,9 mil); e na Oceania, 4,3% (396,7 mil). Apenas as exportações para a América Central registraram queda de 27,7% em comparação a 2018 (total de 128,2 mil).
Também se destaca, em 2019, o crescimento de 35,4% das exportações de café brasileiro para os países produtores (2,2 milhões de sacas); para o BRICS*, aumento de 28,8% (1,4 milhão); Leste Europeu, +16,4% (1,7 milhão); União Europeia, +10,3% (19,3 milhões); Oriente Médio, +6,3% (2,4 milhões); e Países Árabes, +4,9% (1,8 milhão).
Cafés diferenciados
No ano civil de 2019, as exportações de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) corresponderam a 7,5 milhões de sacas, representando 18,6% do total embarcado, e avanço de 21,2% em relação ao volume de cafés diferenciados exportado no ano civil anterior. A receita cambial desta modalidade, no acumulado de 2019, foi de US$ 1,2 bilhão, o que corresponde a 23,6 % do total gerado com os valores da exportação. O preço médio dos cafés diferenciados ficou em US$ 159,19.
Os 10 maiores países importadores de cafés diferenciados representam 80,3% dos embarques com diferenciação. Os Estados Unidos são o país que mais recebe cafés diferenciados do Brasil, com 1,9 milhão de sacas exportadas, o que corresponde a 24,8% das exportações da modalidade. A Alemanha ficou em segundo lugar, com 934,6 mil sacas exportadas (12,4%); seguida pelo Japão, com 824,3 mil (10,9%); Itália, com 742,5 mil (9,8%); Bélgica, com 631,9 mil (8,4%); Canadá, com 293,3 mil (3,9%);Reino Unido, com 224,8 mil (3%); Suécia, com 208,3 mil (2,8%); Finlândia, com 183,1 mil (2,4%); e Espanha, com 142,2 mil (1,9%).
Portos
Em 2019, o Porto de Santos se manteve na liderança como a principal via de escoamento da safra para outros países, com 78% de participação (31,7 milhões de sacas embarcadas no ano passado). Os portos do Rio de Janeiro seguem em segundo lugar, com 12,7% de atuação (5,1 milhões de sacas embarcadas por eles).
*BRICS - agrupamento formado por cinco grandes países emergentes - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Fonte: Cecafé

Comentarios